domingo, 21 de junho de 2009

A RAINHA DO LAR


Por: Daniel Sobrinho


Ela usa seu encanto irresistível para chamar a atenção. Todos precisam girar em torno dela.


A rainha do lar é vaidosa. Gosta de ser o centro das atenções. Todas as conversas precisam girar em torno dela. A sua opinião é lei e ponto final. Falou, está falado! Roma locuta, causa finita! Ninguém questiona os seus pontos de vista. A sua autoridade é tal que nem ao menos permite o diálogo.


Ninguém supera a sua capacidade de informação e persistência. Sabe de tudo. Não há fofoca, escândalo, seqüestro ou tragédia que resista à sua curiosidade e perspicácia. É sempre a mais informada da casa, mesmo que o custo seja a superficialidade.

Exerce seu papel a qualquer hora do dia ou da noite. Ela é admirável. Seu zelo não tem horário. É a companheira das noites insones. E se por acaso, ao raiar do dia, vencido pelo cansaço da noite em claro, você dorme, ela continua ali, firme, sem arredar pé, infatigável no cumprimento do dever. Podia até ser condecorada com a mais alta comenda ao mérito no exercício e cumprimento das suas obrigações.


A rainha é logo percebida pelas visitas. Aliás, já estão tão acostumados à sua presença que nem a cumprimentam. A coroada da casa costuma ser o refúgio das tias, sogras e também das primas que passam temporadas de férias ou descanso no recesso familiar.


Por vezes parece ter sido destronada. Ninguém presta atenção em Sua Majestade. Ledo engano. Ela é capaz de dar a volta por cima e superar num piscar de olhos a aparente indiferença de todos. Tudo é uma questão de tempo e paciência. A conversa familiar pode até ignorá-la durante breves momentos, mas basta um instante de silêncio para que a rainha marque a pauta e o ritmo, erga a própria bandeira e marche na frente dos submissos súditos com graça e elegância incomparáveis.


A sua música é mais doce e cativante do que a flauta de Pan. Por isso o seu trono dificilmente é ameaçado. Ela exerce seu poder com tal naturalidade que todos se curvam diante dela e nem percebem.


Ninguém na casa é capaz de indignar-se como a rainha! Ninguém como ela para esbravejar e trovejar! A sua volubilidade sentimental é quase doentia: é capaz de passar num instante dos risos e gargalhadas às mais amargas lágrimas. Ninguém como ela comove ao explorar a miséria alheia. Como Eros (o deus do amor), também ela parece ser filha de Poros (a riqueza) e Penias (a pobreza).


Se não é o estopim das brigas familiares – o que acontece com certa freqüência –, é a testemunha impassível dos desentendimentos domésticos. Não se importuna com desacordos no seio do lar. Persistente na sua indiferença, vence a todos pelo cansaço.


É resistente como ninguém. As horas ao lado dela voam como segundos, e os anos, lustros e décadas não passam de momentos fugazes. É ela quem domina a cena nos grandes momentos. Emociona e atordoa, assusta e enternece. É difícil, porém, que convide ao pensamento, à reflexão ou ao diálogo.


Essa combinação de atributos que enfeitam a rainha do lar podia levar-nos a pensar em um ser único, de forte personalidade e férreas convicções. Alguém maravilhoso... Não é essa, no entanto, a dura realidade. Fútil e inconstante, as vestes da rainha costumam ser o capricho e a superficialidade.


Você já adivinhou quem é? Psiuuu... se você descobrir, ela pode perder o trono e morrer de vergonha. Contarei o meu segredo a meia voz... Ela não é a filhinha caçula, nem a mãe de família. Não é a cadela fofinha, perfumada e sempre saltitante (mais agora, desde a descoberta de antidepressivos para cachorros).


Quer saber quem é? Abra a janela numa noite quente de verão, para respirar o ar noturno, e olhe para as janelas dos prédios vizinhos... Gire a cabeça ao seu redor e passe os olhos pelas janelas das casas, das vilas, favelas... É ela: a TV.


Fonte: Interprensa

sábado, 20 de junho de 2009

Sodoma e Gomorra – Conclusão

Em agosto de 1990, eu recolhi uma pequena amostra de cinzas, estava a ponto de embrulha-la em papel de seda para colocar num recipiente plástico. Ao manuseá-la as camadas se soltaram revelando algo muito estranho dentro do material. Eu não tinha nenhuma idéia do que estava dentro da cinza, era um material branco e duro incrustado, perfeitamente redondo cercado por um anel avermelhado; levei para Ron olhar, mas ele não soube dizer o que era.

Nós filmamos e fotografamos o local; quando voltamos para casa encontramos Richard Rives; que leu um livro de Ron e ficou muito interessado na pesquisa. Richard possui uma agência de viagens e se ofereceu para nos ajudar, inclusive com passagens aéreas. Ron lhe perguntou se ele estava interessado em ajudar com o trabalho de campo.

Dois meses depois, em outubro de 1990, Ron e Richard voltaram ao local próximo a Masada, onde estávamos seguros de ser Gomorra. Pedi aos nossos amigos para orar por eles, para que encontrassem alguma evidência. Às vezes é duro acreditar em algo que sentimos que é muito importante; mas, sem ter aquela evidência definitiva.

Quando Richard e Ron chegaram, havia chovido recentemente; esta é uma ocorrência muito rara naquela área (somente 6 a 12 mm de chuva por ano). Ainda estava nublado, o sol iluminava as cinzas de tons claros, eles vagavam pela área quando Richard viu o que parecia uma escavação à frente, caminharam até o local e descobriram um grande pedaço de cinza que há pouco havia caído de uma seção mais alta, provavelmente por causa da chuva. Ron viu as numerosas bolas brancas dentro do pedaço de cinza, todas cercadas por uma escuro anel avermelhado. Pelo cheiro ele souberam que as bolas brancas era de enxofre na forma cristalina; era a evidência eles precisaram.

Agora, em todos lugares que eles examinavam, encontravam as bolas de enxofre. Antes não era possível vê-las porque a cinza solta cobria tudo; mas, agora que a chuva lavou a cinza solta, as bolas brancas de enxofre ficaram à mostra. O material cristalino avermelhado que cercava as bolas de enxofre mostravam que estas bolas que se preservaram no interior das cinzas tinham passado pelo fogo.

Comecei a pesquisar se esta forma de enxofre poderia ser encontrado em outros lugares. Posteriormente, eu, Richard e Ron, fomos ao instituto Smithsonian para ver uma coleção de amostras enxofre; vimos mais de cinqüenta formas de enxofre vindas do mundo inteiro; mas, nenhuma delas tinha a forma das bolas que encontramos.

Enxofre com alto grau de pureza e na forma de bolas não é encontrado em qualquer outro lugar do mundo, exceto nesta região. As bolas foram encontradas também mais ao norte, formando a convicção que a campina originalmente era muito extensa. Ao falarmos com numerosos geólogos e químicos, descobrimos que não fomos os primeiros a encontrar as bolas de enxofre; em 1924, quando William Albright e Melvin Kyle estiveram na região, com a intenção de achar as cidades de Sodoma e Gomorra no termo meridional do Mar Morto, eles também encontraram bolas de enxofre; porém, não se deram conta da importância delas:

"Na região das montanhas no lado ocidental do mar nós apanhamos enxofre puro em pedaços tão grandes quanto o meu dedo polegar. É encontrado até mesmo ao longo da orla do mar no lado oriental, até uns cinco ou seis quilômetros de distancia da margem do mar contém o estrato; difundido de alguma maneira sobre esta área". "As Explorações de Sodoma" por Dr. Melvin Kyle, 1928, pp. 52-53.

Influenciados pela idéia comum que as cidades estavam no termo meridional, estes homens obviamente estiveram nos mesmos locais, contudo interpretaram mal o depósito de cinzas e enxofre, achando que eram restos de fertilizantes para as terras deficientes.

A razão para as bolas de enxofre serem encontradas ao longo de toda a região é simples; a Bíblia diz que a campina inteira foi incluída na destruição das cidades: GEN 19:25 - "E destruiu aquelas cidades e toda aquela campina, e todos os moradores daquelas cidades, e o que nascia da terra."

Em janeiro de 1991, numa área ao longo do Rio Jordão, fora dos limites da campina e dentro de um posto de fiscalização cercado com arame farpado; achamos Zoar. Nossa próxima tarefa era conferir cada um dos cinco locais e verificar se haviam bolas de enxofre neles. Explorarmos secretamente o local para não atrair a atenção sobre nós; e nas estruturas de cinzas também achamos as bolas brancas de enxofre.

Sodoma é sem dúvida de todos os locais, o maior e o mais difícil de ir, exige até escalada; esta situada atrás de Mt. Sodom na área que se estende direito até as montanhas; lá, também encontramos o enxofre. Ron e sua equipe comprovaram a existência das bolas de enxofre em todas as cidades, com exceção de Zeboim ao norte de Jericó.

Os locais sofreram uma tremenda erosão, o mais preservado, sem dúvida é Gomorra. Admá, ao norte do Mar Morto, por não estar localizada numa área protegida pelas montanhas, é exposta aos ventos; suas cinzas são de cor castanha, provavelmente devido a impurezas trazidas pelo vento; sempre que uma seção é raspada revela a cor clara das camadas interiores.

Naquela época que Sodoma e Gomorra existiram, as cidades, com a exceção de Zoar, eram muito grandes, com milhares de pessoas. Sabemos que a planície inteira era uma área luxuriante, muito bonita, comparável ao Jardim do Éden. Provavelmente o Rio Jordão fluía até o Golfo de Acaba. Onde hoje é o Mar Morto, existia um vale cheio de poços de limo que escoavam betume. Considerando que as cidades estavam na campina, elas não foram cobertas pelas águas do mar.

A maioria das pessoas Sodoma e Gomorra tinham uma paixão pecadora; a perversão sexual. Eles eram culpados, como um grande número das pessoas de hoje. EZE 16:49,50 - "Eis que esta foi a iniqüidade de Sodoma, tua irmã: SOBERBA, FARTURA DE PÃO, E ABUNDÂNCIA DE OCIOSIDADE teve ela e suas filhas; MAS NUNCA FORTALECEU A MÃO DO POBRE E DO NECESSITADO. E se ENSOBERBECERAM, E FIZERAM ABOMINAÇÕES diante de mim; portanto,vendo eu isto as tirei dali." Aqui nós aprendemos que a raiz dos seus pecados originou-se da grande riqueza que os conduziu à ociosidade e o descuido para com os menos afortunados. Eles estavam cheio de orgulho e altivez, pensavam que eram melhores que outros.

Por que eles eram tão ricos? A presença dos poços de limo pode prover resposta a esta pergunta. Betume era um dos mais valiosos artigos usados no mundo antigo. Seu uso ia desde remédios, mumificações, e até para calafetar os navios, foi usado na Arca de Noé, e até na arca de juncos onde Moisés foi colocado quando era um bebê. Em suas várias formas o betume é uma das substâncias mais usadas pela humanidade desde a mais remota antigüidade.

Num documento arqueológico, as tabuas de Ebla, pode-se ver uma lista de algumas compras feitas na época; o preço para cada artigo em prata, dos preço, o mais alto é o do betume. As pessoas destas cidades só tinham que vender o produto; não tiveram nenhuma razão para se ocupar de trabalho duro. Isto explica por que os reis das grandes nações quiseram lhes fazer vassalos; queriam participar da grande riqueza da extração do betume, na forma de tributo.

Este betume também pode ter provido um catalisador na conflagração do que aconteceu nesta planície. Betume, ou poços de limo, são o resultado de uma reserva subterrânea de petróleo que escoa para a superfície. E todas as reservas de óleo possuem gás natural associado, que pode vazar no ar. Tudo isto é especulação, menos as evidências que naquela região ocorreu um cataclísma no qual um lago se formou, bloqueando o fluxo do rio, devastando a campina inteira.

Quando as tábuas de Ebla (cerca de 2100 tábuas de argila) foram descobertas em 1975 ao norte da Síria, o tradutor, Giovanni Pettinato, encontrou os nomes das cinco cidades da campina listadas na mesma ordem do Gênesis. Porém, o governo Sírio colocou-se contra à ênfase dada ao significado das tábuas, gerando uma enorme controvérsia, eles não queriam unir os Patriarcas Bíblicos com a história da Síria. Isto resultou na resignação de Pettinato e na carta de retratação sobre as traduções.

Estas tábuas revelam evidências que positivamente confirmam a veracidade Bíblica. O atual diretor da missão italiana que escava Ebla emitiu uma declaração mostrando por que Pettinato foi forçado a retratar-se: "Quando Pattinato, o tradutor original dos textos, ainda dizia que as duas cidades de Sodoma e Gomorra realmente existiram; fez a sua retratação. Levando em conta as sérias objeções feitas pelo governo sírio de natureza puramente política, baseada no intenso ódio aos israelenses, creio que podemos aceitar a evidência como foi publicada originalmente."

Na publicação original, um rei de um das cidades é mencionado, Birsah; exatamente como na Bíblia: GEN 14:2 - "Que estes fizeram guerra a Bera, rei de Sodoma, a Birsa, rei de Gomorra, e a Sinabe, rei de Admá, e a Semeber, rei de Zeboim, e ao rei de Belá (esta é Zoar)."

O mais interessante dessas tábuas é que elas vêm de uma cidade bem estabelecida, com o tamanho de cento e quarenta acres, e que existia no tempo de Sodoma e Gomorra. O registro Bíblico revela que Sodoma e Gomorra foram destruídas vinte e quatro anos depois que Abrão saiu de Harã, cidade situada a duzentos quilômetros da antiga Ebla. É mencionado nos textos de Ebla, as cidades cujos nomes refletem os parentes de Abrão: Phaliga=Pelegue; Til-Turak=Terá; e Nakhur=Naor. Mencionam também a cidade de Ur, de onde originalmente Abrão partiu.

Sodoma e Gomorra e o seu destino não são um conto de fadas; foi um evento histórico que aconteceu exatamente como a Bíblia apresenta. Os restos são a evidência; como Pedro escreveu: II Pe 2:6 - "E condenou à destruição as cidades de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinza, e pondo-as para exemplo aos que vivessem impiamente;"

Elas proporcionam a prova ao mundo inteiro; como Judas escreveu: Jd 7 - "Assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregue à fornicação como aqueles, e ido após outra carne, foram postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno."

Malaquias escreveu sobre a recompensa final dos maus: MAL 4:1,3 - "Porque eis que aquele dia VEM ARDENDO COMO FORNALHA; todos os soberbos, e todos os que cometem impiedade, SERÃO COMO A PALHA; e o dia que está para vir OS ABRASARÁ, diz o SENHOR dos Exércitos, de sorte que lhes NÃO DEIXARÁ NEM RAIZ NEM RAMO. Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o Sol da justiça, e cura trará nas suas asas; e saireis e saltareis como bezerros da estrebaria. E PISSAREIS OS ÍMPIOS, PORQUE SE FARÃO CINZA DEBAIXO DAS PLANTAS DE VOSSOS PÉS, naquele dia que estou preparando, diz o SENHOR dos Exércitos."

O trabalho de Ron Wyatt é contestado por ateus e religiosos, muitas páginas são escritas tentando desmoralizar sua obra. Mas, a cada dia aumenta o numero daqueles que acreditam na veracidade de suas descobertas.

Baseado no original de M. N. Wyatt. Colaboração D.M.; tradução e edição E.M. 06/01/2005

Mulheres objecto? Nem toda culpa é dos homens!

Por Carrie Gress

ROMA, segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008 (ZENIT.org).- As mulheres contribuíram para fomentar o consumismo que as coisifica, e isto é resultado do pecado original, afirmou Helen Alvare em 9 de fevereiro passado, no congresso vaticano celebrado em Roma sobre «Mulher e homem, a totalidade do humanum».

Alvare foi porta-voz de questões relativas à vida humana da Conferência Episcopal dos Estados Unidos e é professora da Universidade Católica da América em Washington.

Dado nosso ambiente de consumismo desenfreado, «era quase inevitável que os seres humanos se convertessem no último produto de consumo – explicou Alvare. A beleza física das mulheres e sua complementaridade sexual com os homens as tornam especialmente desejáveis em uma economia comercial».

«Oscilam os números referentes ao dinheiro que se ganha com as imagens sexualizadas de mulheres. Estima-se que, como mínimo, hoje a indústria da pornografia tem um valor anual de 60 bilhões de dólares. Também se calcula que a pornografia atrai 40% de todos os usuários da internet nos Estados Unidos ao menos uma vez ao mês, 70% dos usuários da internet homens entre 18 e 34 anos, e a metade de todos os clientes de hotel», explicou Alvare.

Contudo, acrescentou, «o grau no qual as mulheres, individualmente e através de grupos organizados, assumiram sua própria coisificação como artigos de consumo é um aspecto especialmente preocupante de nossa atual situação».

Alvare acrescentou que «em sua série de conversas sobre a Teologia do Corpo, e na ‘Mulieris Dignitatem’, João Paulo II fala do efeito do pecado original sobre as mulheres. Repete as palavras que Deus ‘dirigiu à mulher’ após seu primeiro pecado: ‘Teu desejo se dirigirá para teu marido e ele te dominará’. Isto indica que a mulher desenvolve um desejo insaciável de uma união diferente. Não por uma relação de comunhão, mas uma ‘relação de possessão do outro como o objeto do próprio desejo’».

«Inclusive um observador leigo teria de concluir que a cooperação das mulheres, inclusive animando a coisificação de seus corpos hoje, parece uma moderna manifestação da inclinação que os católicos chamam de ‘pecado original’. As mulheres rebaixam a si mesmas perseguindo a crença de que isso as levará à união com um homem.»

«Isso não se limita à indústria pornográfica, nem à publicidade comercial, cinema ou televisão – sublinhou Alvare. As mulheres normais compram roupas desenhadas para destacar ou expor aquelas partes de seu corpo associadas ao sexo. Muitas mulheres com freqüência também se rebaixam com o que dizem ou expondo-se a meios que gradualmente as insensibilizam ante a proposta de que as mulheres são objeto de consumo belos e sexuais.»

«Um aspecto final preocupante da conivência das mulheres em sua própria coisificação – acrescentou Alvare – é a implicação de famosas deformações do feminismo que insistem em que estão marcando um ponto a favor das liberdades das mulheres, identificando liberdade com sexualidade incontrolada.»

«Por outro lado, pode se ver quão forte era a tentação das mulheres de romper com os papéis que lhes designavam antigamente», «mas esta resposta do feminismo era e continua sendo fundamentalmente defeituosa».

Este tipo de feminismo «se inspirou para as suas orientações nos piores aspectos da conduta masculina. De maneira que se animava a mulher feminista a ser uma criatura aventureira sexualmente, a desprezar o casamento e os filhos, guiada pelo dinheiro e pela carreira profissional – concluiu Alvare. O feminismo instava a mulher a imitar a versão masculina do pecado original – dominação – para conseguir igualdade e felicidade».

domingo, 14 de junho de 2009

ARMAGEDON?!?!

Desde há algum tempo que venho a seguir algumas noticias sobre Israel e os seu vizinhos e os apoiantes das suas causas.


No dia 18 de Abril deste ano uma noticia aparecia no Times, “O Exército de Israel pretende estar preparado para executar ataques aéreos contra as instalações nucleares iranianas no caso do novo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu assim o determinar.”.


No passado dia 14 de Maio, segundo o semanário frances L’Express, aviões da Força Aérea Israelita realizaram operações na região do estreito de Gibraltar - que incluíram abastecimento de combustível durante o voo - “para se preparar para atacar as instalações nucleares do Irão”.


Israel iniciou no Domingo 31 de Maio, um exercício de defesa passiva sem precedentes, simulando ataques com mísseis, foguetes e uma onda de atentados. O exercício, que deve durar cinco dias, permitirá testar as capacidades do país para responder a disparos de foguetes a partir do Líbano e da Faixa de Gaza, assim como de mísseis a partir da Síria e do Irão, segundo fontes do ministério da Defesa.


Ao analizar estas noticias tudo me leva a crer que as pedras estao colocadas no tabuleiro de xadrez so falta alguém iniciar o jogo.


Olhando para as profecias e o que elas dizem em primeiro no Apocalipse 16 12-16: “O sexto [Anjo] derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates, e secaram-se as suas águas para que se abrisse caminho aos reis do oriente. Vi (sair) da boca do Dragão, da boca da Fera e da boca do falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs; são os espíritos de demônios que realizam prodígios, e vão ter com os reis de toda a terra, a fim de reuni-los para a batalha do Grande Dia do Deus Dominador. (Eis que venho como um ladrão! Feliz aquele que vigia e guarda as suas vestes para que não ande nu, ostentando a sua vergonha!). Eles os reuniram num lugar chamado em hebraico Har-Magedon.”.


Em 1846, Nossa Senhora em La Salette faz um aviso: A Terra será castigada com toda a espécie de pragas (além da peste e da fome, que serão gerais); haverá guerras, até à última, que será feita, então, pelos dez reis aliados do Anticristo, que terão, todos, o mesmo desígnio, e serão os únicos a governar o mundo (Nota de Rodapé: 'Situação prefigurada na atualidade, segundo o parágrafo 10').


Antes que isso aconteça, haverá no mundo uma espécie de falsa paz. Não se pensará senão em divertimentos. Os malvados se irão entregar a todo o gênero de pecados. Porém, os filhos da Santa Igreja, os filhos da fé, os meus verdadeiros imitadores, crescerão no amor de Deus e nas virtudes que me são mais queridas. Ditosas as almas humildes, dirigidas pelo Espírito Santo! Eu combaterei com elas, até chegarem à plenitude dos tempos.”


Em 1858, Nossa Senhora em Lurdes volta a referir a Santa Bernadette Soubirous: Na véspera do ano 2000, um combate final entre os seguidores de Maomé e as nações cristãs do mundo se desenrolará. Uma furiosa batalha será travada na qual 5.654.831 soldados serão mortos e uma bomba de grande poder cairá numa cidade da Pérsia [Irão].”


Em 1917, Nossa Senhora volta novamente a referir aos três pastorinhos em Fátima: “Se atenderem a meus pedidos, a Rússia converter-se-á e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja, os bons serão martirizados, o Santo. Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas: por fim o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia que se converterá e será concedido ao mundo algum tempo de paz”.


Ao olhar para todos estas revelações e constatando o estado do mundo de hoje talvez estejamos no tempo do Armagedon.


Pai Celeste que sois Deus, tende piedade de nós.

Filho Redentor do mundo que sois Deus, tende piedade de nós.

Espírito Santo que sois Deus, tende piedade de nós.

Santíssima Trindade que sois um só Deus, tende piedade de nós.


Nossa Senhora, rogai por nós.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

O DRAMA DO FIM DOS TEMPOS [04]

O DRAMA DO FIM DOS TEMPOS

TERCEIRO ARTIGO


Maio 1885


O HOMEM DO PECADO


I


Está entre as coisas possíveis, se bem que a apostasia já esteja muito avançada, que os cristãos, por um esforço generoso, façam recuar os promotores da descristianização, e propiciem assim, para a Igreja, dias de consolação e de paz antes da grande provação. Este resultado nós o esperamos, não dos homens, mas de Deus, não tanto dos esforços, mas das orações.


Nesta ordem de idéias, alguns autores piedosos esperam, depois da crise presente, um triunfo da Igreja, qualquer coisa como um dia de Ramos, no qual esta Mãe seria aclamada pelos gritos de amor dos filhos de Jacob, reunidos às nações, na unidade de uma mesma fé. Nós nos associamos com prazer a essas esperanças, que visam um fato formalmente anunciado pelos profetas, e do qual falaremos a seu tempo.


Qualquer que seja esse triunfo, se Deus no-lo conceder, não será de longa duração. Os inimigos da Igreja, atordoados por um momento, retomarão sua obra satânica com redobrado ódio. Pode-se imaginar o estado da Igreja, então, como semelhante ao estado de Nosso Senhor nos dias que precederam sua Paixão.


O mundo será profundamente agitado, como estava o povo judeu reunido para as festas pascais. Haverá imensos rumores, cada um falando da Igreja, uns para dizer que ela é divina, outros que ela não o é. Ela será o alvo dos ataques mais insidiosos do livre pensamento; mas nunca terá reduzido tão bem ao silêncio seus contraditores, pulverizando seus sofismas.


Em resumo, o mundo será posto face à verdade; será atingido em pleno rosto pelo esplendor divino da Igreja; mas ele voltará as costas, e dirá: “Não a quero!”.


Esse desprezo da verdade, esse abuso de graças será a introdução do homem do pecado. A humanidade estará querendo esse mestre imundo: ela o terá. E por ele se produzirá uma sedução de iniqüidade, uma eficácia do erro (é assim que Bossuet traduz São Paulo) que punirá os homens por terem rejeitado e odiado a Verdade.


Falando assim, não estamos fabricando imaginações, seguimos o Apóstolo. Segundo ele, com efeito, toda sedução de iniqüidade agirá “sobre aqueles que perecem, como não tendo recebido o amor da Verdade que os teria salvo. Por essa razão, Deus lhes enviará a eficácia do erro, a fim de que creiam na mentira; e assim serão julgados aqueles que não creram na verdade, mas se comprazeram na iniqüidade”. (Tess., II, 11. 12).


II


Quando o homem do pecado aparecer será pois, como diz São Paulo, a seu tempo; quer dizer, no momento em que o corpo dos maus, fechado aos golpes da graça, tornado compacto e intratável pela obstinação de sua malícia, estiver pedindo uma cabeça como essa.


Ele surgirá, e Satã fará explodir nela toda a extensão de seu ódio contra Deus e os homens.


O homem do pecado, o Anticristo, será um homem, um simples viajante para a eternidade. Alguns autores supuseram nele a encarnação do demônio; essa imaginação é sem fundamento. O diabo não tem o poder de tomar e se unir a uma natureza humana, de macaquear o adorável mistério da Encarnação do Verbo.


Os Padres pensam unanimemente que ele será judeu de origem. Acrescentam mesmo que será da tribo de Dan, fundando-se em que essa tribo não é nomeada no Apocalipse como fornecendo eleitos ao Senhor. Santo Agostinho faz eco a essa tradição em seu livro “Questões sobre Josué”. Ela se torna bastante verossímil pelo fato de que a franco-maçonaria é de origem judaica; que os judeus dirigem-na espalhados pelo mundo inteiro; o que deixa crer que o chefe do império anticristão será um judeu. Os judeus, aliás, que não querem reconhecer Jesus Cristo, esperam sempre seu Messias. Nosso Senhor lhes dizia: “Eu vim em nome de meu Pai, e vós não me recebestes: se outro vier em seu próprio nome, vós o recebereis”. (Jo 5, 43). Por esse outro os Padres entendem comumente o Anticristo.


Apesar do Anticristo ser chamado o homem do pecado, o filho da perdição, não se deve pensar que ele será votado fatalmente e irremissivelmente ao mal. Ele receberá graças, conhecerá a verdade, terá um anjo da guarda. Terá os meios de alcançar a salvação, e se perderá por sua própria culpa.


No entanto, São João Damasceno não hesita em dizer que ele será impuro desde seu nascimento, todo impregnado do hálito de Satã. E é de crer que desde a idade da razão ele entrará em relação tão constante e tão estreita com o espírito das trevas, se voltará para o mal com tal teimosia que não deixará penetrar em sua alma nenhuma luz sobrenatural, nenhuma graça do alto. Ele ficará imutavelmente rebelde a todo bem.


É isto que lhe valerá o nome de homem do pecado. Ele levará a seu máximo, fazendo de toda sua vida um só ato de revolta contra Deus; por essa constante aplicação do mal, atingirá um requinte de impiedade que nenhum homem nunca alcançou.


A qualificação de filho da perdição que lhe é comum com Judas, quer dizer que sua perda eterna está prevista por Deus, querida por Deus, em punição por sua terrível malícia, a ponto dela estar inscrita nas Escrituras e como que registrada de antemão. É provável, e isto é o que pensa São Gregório — que o monstro conhecerá, a uma luz que sai das profundezas do inferno, a sorte que o espera, que renunciará a toda esperança para odiar a Deus mais à vontade, que se fixará desde esta vida na irremediável obstinação dos danados. E assim ele realizará o terrível nome de filho da perdição.


Desta maneira ele será verdadeiramente o Anticristo, a saber, o antípoda de Nosso Senhor. Jesus Cristo estava elevado acima do alcance do pecado; o Anticristo se porá fora do alcance da graça, por um abandono de todo seu ser ao espírito do mal. Jesus Cristo se volta para seu Pai com todo o impulso de uma natureza divinizada e preservada das más influências; o Anticristo se voltará para o mal com todo o impulso de uma natureza profundamente viciada e que renunciará mesmo à esperança.


III


Estando assim diametralmente oposto a Nosso Senhor, ele fará obras em oposição direta às suas.


Ele será para Satã um órgão de escol, um instrumento de predileção.


Assim como Deus, enviando seu Filho ao mundo, o revestiu do poder de fazer milagres, e mesmo de dar a vida aos mortos, assim também Satã fazendo um pacto com o homem do pecado, lhe comunicará o poder de fazer falsos milagres. Por isto São Paulo diz que “sua vinda é obra de Satanás com o desdobramento de poder, de sinais e de prodígios mentirosos”. Nosso Senhor só fez milagres de bondade, recusou fazer prodígios de pura ostentação; o Anticristo se comprazerá em fazê-los, e os povos, por um justo julgamento de Deus, se deixarão prender por suas artimanhas.


Está claro, pelo que precede, que o Anticristo se apresentará ao mundo como o tipo completo desses falsos profetas que fanatizam as massas, e que as arrastam a todos os excessos, sob o pretexto de uma reforma religiosa. Sob este ponto de vista, Maomé parece ser seu verdadeiro precursor. Mas ele o ultrapassará de imediato em perversidade, em habilidade, como também pela plenitude de seu poder satânico.


Estudaremos em próximo artigo as origens e os desenvolvimentos de seu poder, assim como as fases da guerra de extermínio que ele desencadeará contra a Igreja de Jesus Cristo.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

ALTERNÂNCIA DEMOCRÁTICA



Tirado do blog: O reacionario.

terça-feira, 9 de junho de 2009

O DRAMA DO FIM DOS TEMPOS [03]

O DRAMA DO FIM DOS TEMPOS

SEGUNDO ARTIGO


Abril de 1885


OS SINAIS PRECURSORES


I


A questão do fim do mundo foi discutida desde as origens da Igreja. São Paulo tinha dado sobre esse assunto preciosos ensinamentos aos cristãos de Tessalônica; e como, apesar das instruções orais, os espíritos se deixassem inquietar por predições e rumores sem fundamento, lhes dirigiu uma gravíssima carta para acalmar as inquietações.


“Nós vos rogamos com insistência, lhes diz, meus irmãos, não vos deixeis abalar em vossas resoluções, nem vos perturbeis por qualquer visão, ou falatórios, ou carta supostamente vinda de nós, como se o dia do Senhor estivesse perto”.


“Ninguém de modo algum vos engane! Pois é preciso que antes venha a grande apostasia, e que apareça o homem do pecado, o filho da perdição...”.


“Não vos lembrais que eu vos dizia essas coisas quando ainda estava convosco?”.


“E agora vós sabeis o que é que o retém. Pois o mistério da iniqüidade já faz sua obra. Aquele que o retém retenha-o, esperando até que seja posto de lado”. (2 Ts 2, 1, 6).


Assim o fim do mundo não chegará sem que tenha aparecido um homem apavorantemente mau e ímpio, o filho da perdição. E este, por sua vez, só se manifestará depois da grande apostasia geral, depois do desaparecimento de um obstáculo providencial sobre o qual o Apóstolo havia ensinado de viva voz a seus fiéis.


II


De que apostasia fala São Paulo? Não se trata de uma defecção parcial; ele diz de uma maneira absoluta, a apostasia. Só se pode entender a apostasia em massa das sociedades cristãs, que socialmente e civilmente renegarão seu batismo; a defecção dessas nações que Jesus Cristo, segundo a enérgica expressão de São Paulo, tornou membros do corpo de sua Igreja (Ef 3, 6). Somente esta apostasia tornará possível a manifestação e a dominação do inimigo pessoal de Jesus Cristo, em uma palavra, o Anticristo.


Nosso Senhor disse: Será que o Filho do Homem, quando voltar, encontrará a fé sobre a terra? (Lc 18, 8). O divino Mestre via a fé declinar, num mundo que envelhecia. Não são os ventos do século capazes de fazer vacilar esta chama inextinguível, mas as sociedades, embriagadas pelo bem-estar material, a afastam como inoportuna.


Voltando as costas à fé, o mundo entra nas trevas e se torna joguete das ilusões do mal. Pensa que são luzes meteoros enganadores. Irá até tomar pelos primeiros raios do dia a vermelhidão do incêndio.


Renunciando a Jesus Cristo, cairá, queira ou não, nas garras de Satã, tão bem chamado príncipe das trevas. Não pode ficar neutro; não pode criar para si uma independência. Sua apostasia o põe diretamente debaixo do poder do diabo e de seus cúmplices.


O douto Estius, estudando o texto do Apóstolo, diz que esta apostasia começou em Lutero e Calvino. Este é o ponto de partida. Daí fez um caminho assustador.


Hoje ela tende a se consumar. Ela se chama Revolução, que é a insurreição do homem contra Deus e seu Cristo. Ela tem como fórmula o laicismo, que é a eliminação de Deus e seu Cristo.


É assim que vemos as sociedades secretas, investidas do poder público, obstinadas em descristianizar a França, tirando-lhe um a um, todos os elementos sobrenaturais com os quais foi impregnada durante quinze séculos de fé. Esses sectários só têm um fim: selar a apostasia definitiva, e preparar as vias para o homem do pecado.


Cabe aos cristãos reagir, com todas as energias de que dispõem, contra essa obra abominável; e para isto reintroduzir Jesus Cristo na vida privada e pública, nos costumes e leis, na educação e instrução. Há muito tempo que, em tudo isso, Jesus Cristo não é mais o que devia ser, isto é, tudo. Há muito tempo, reina uma meia-apostasia. Como, por exemplo, depois que a instrução foi paganizada, poderíamos formar outra coisa que meio-cristãos?


Trabalhando em sentido diametralmente oposto ao da Franco-Maçonaria, os cristãos atrasarão o advento do homem do pecado: prepararão para a Igreja a paz e a independência de que ela precisa para alcançar e converter o mundo que se abre diante dela.


Toda a luta da hora presente está pois concentrada aí: deixaremos, sim ou não, nós batizados, que se consuma a apostasia que trará, em pouco tempo, o Anticristo?


III


O Apóstolo fala, em termos enigmáticos, de um obstáculo que se opõe à aparição do homem do pecado: “Aquele que o retém, diz ele, retenha-o, até que ele seja posto de lado”.


Por esse que retém, os mais antigos Padres gregos e latinos entendem, quase unanimemente, o Império romano. Conseqüentemente, eles assim explicam São Paulo: enquanto subsistir o império romano, o Anticristo não aparecerá.


Repugna esta glosa aos intérpretes mais recentes; não admitem que a sorte da Igreja esteja ligada à de um império; mas procuram em vão outra explicação satisfatória.


Confessamos ingenuamente que o pensamento dos antigos não nos parece tão desprezível, desde que o entendamos com uma certa amplidão.


Notemos que São Paulo, anunciando aos fiéis uma apostasia quando a conversão do mundo estava esboçada, estava lhes dando uma visão de todo o futuro da Igreja. Ele lhes anunciou que as nações se converteriam, que se formariam sociedades cristãs, e depois estas sociedades perderiam a fé. Ele lhes mostrara, sem dúvida alguma, o império romano transformado, um poder cristão surgindo no lugar de um poder pagão, a autoridade dos Césares passando para mão dos batizados que dela se serviriam para estender o reino de Jesus Cristo. Ele poderia, desde então, acrescentar: enquanto durar este estado de coisas, estejam tranqüilos, o Anticristo não aparecerá.


O sentido do Apóstolo, entendido largamente, seria pois este: enquanto a dominação do mundo estiver entre as mãos batizadas da raça latina, o inimigo de Jesus Cristo não se mostrará.


Notemos, como corolário desta interpretação, que os franco-maçons se opõem antes de tudo e acima de tudo à restauração do poder cristão.


Quando um príncipe se anuncia como cristão, todos os meios são empregados para se desembaraçar dele. Isto é preciso fazer a qualquer preço[1].


Assim pois é o poder político cristão o que impediria a seita de alcançar o seu fim.


Por outro lado, as raças latinas estão voltadas a exercer no mundo uma influência católica, ou bem abdicar. Sua missão é servir à difusão do Evangelho; e sua existência política está ligada a esta missão. No dia em que a ela renunciarem pela completa apostasia, seriam aniquiladas; e o Anticristo, surgindo provavelmente do Oriente, as esmagaria facilmente com os pés[2].


Aqui ainda incumbe aos cristãos agir sobre o espírito público, fazer com que os governos retomem as tradições cristãs, fora do que só haverá a decadência para as nações européias e especialmente para nossa pobre pátria.


[1] O Pe. Deschamps dá curioso detalhe do vivo ódio que a franco-maçonaria tem dos representantes do poder cristão. Em certa prova, o iniciado recebe esta enigmática divisa: L.D.P. Ora, esta divisa tem um duplo sentido. No primeiro significa: Liberdade de pensamento. É a revolta contra Deus. No segundo: Lilia destrue pedibus. Esmague com os pés os lírios: é aquela das monarquias cristãs.

[2] É da tradição dos primeiros tempos da Igreja, consignada em Lactancio, que um dia o império do mundo voltaria à Ásia: Imperium in Asium revertetur.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O DRAMA DO FIM DOS TEMPOS [02]

O DRAMA DO FIM DOS TEMPOS

PRIMEIRO ARTIGO


Março de 1885


UMA PALAVRA AO LEITOR


I


Consideramos a Igreja no passado e no presente; falta-nos contemplá-la no futuro.


Deus quis que os destinos da Igreja de seu Filho único fossem traçados de antemão nas Escrituras, como foram os de seu próprio Filho; é lá que iremos procurar os documentos de nosso trabalho.


A Igreja, devendo ser semelhante a Nosso Senhor, sofrerá, antes do fim do mundo, uma prova suprema que será uma verdadeira Paixão. São os detalhes desta Paixão, na qual a Igreja fará ver toda a imensidade de seu amor por seu divino Esposo, que se acham consignados nos escritos inspirados do Antigo e Novo Testamento. Nós os passaremos diante dos olhos de nossos leitores.


Não temos a intenção de assustar ninguém tratando de tal assunto. Diremos mais: ele nos parece conter, ao lado de grandes ensinamentos, grandes consolações.


II


Certamente é um triste espetáculo ver a humanidade, seduzida e enlouquecida pelo espírito do mal, tentar sufocar e aniquilar a Igreja sua mãe e sua tutora divina. Mas deste espetáculo sai uma luz que nos mostra a história por inteiro em seu verdadeiro aspecto.


O homem se agita sobre a terra; mas ele é empurrado por potências que não são da terra. Na superfície da história, o olhar apreende as desordens dos impérios e das civilizações que surgem e desaparecem. Por baixo disto a fé nos faz seguir o grande antagonismo entre Satã e Nosso Senhor; nos faz assistir às astúcias e às violências do espírito imundo, para entrar na casa da qual foi expulso por Jesus Cristo. No fim ele entrará e quererá eliminar Nosso Senhor. Então os véus serão rasgados, o sobrenatural brilhará em toda parte; não haverá mais política propriamente dita; um drama puramente religioso se desenvolverá e envolverá todo o universo.


Pode-se perguntar por que as peripécias deste drama são descritas tão minuciosamente pelos escritores sagrados, já que ele durará pouco tempo? Porque será a conclusão de toda a história da Igreja e do gênero humano. Porque fará ressaltar, com um brilho supremo, o caráter divino da Igreja.


Além disso, todas essas profecias têm incontestavelmente o fim de fortificar a alma dos fiéis nos dias da grande prova. Todos os abalos, todos os pavores, todas as seduções que virão assaltá-los, tendo sido preditos tão exatamente, constituirão argumentos em favor da fé combatida e proscrita. A fé, neles se firmará precisamente por aquilo que deveria destruí-la.


Mas nós mesmos temos grandes frutos a tirar da consideração desses estranhos e terríveis acontecimentos. Depois de ter falado deles, Nosso Senhor disse a seus discípulos: “Velai e orai, para que sejais encontrados dignos de fugir destas coisas que acontecerão no futuro, e de permanecerdes de pé na presença do Filho do Homem” (Lc 21, 36).


Assim, pois, o anúncio desses acontecimentos é um aviso solene dado ao mundo: “Velai e orai para não cairdes em tentação”. (Mt 26, 41).


Não sabeis quando essas coisas acontecerão: velai e orai, para não seres surpreendidos.


Sabeis que desde agora a sedução age nas almas, que o mistério da iniqüidade faz sua obra, que a fé é reputada um opróbrio (São Gregório); velai e orai, para conservar a fé.


Eis a hora da noite, hora das potências das trevas: Velai para que vossa lâmpada não se apague, orai para que o torpor e o sono não tomem conta de vós.


Mas antes levantai vossas cabeças para o céu; pois a hora da redenção se aproxima, pois começam a raiar os primeiros clarões da aurora. (Lc 21, 28).


III


Depois de ter falado dos ensinamentos, digamos uma palavra sobre as consolações.


Nunca se terá visto o mal tão solto; e ao mesmo tempo tão contido pela mão de Deus.


A Igreja, como Nosso Senhor, será entregue sem defesa aos carrascos que a crucificarão em todos os seus membros: mas não lhes será permitido quebrar seus ossos, que são os eleitos, assim como com o cordeiro pascal estendido sobre a cruz.


A provação será limitada, abreviada por causa dos eleitos; e os eleitos serão salvos; e os eleitos serão todos os verdadeiros humildes.


Enfim, a provação acabará por um triunfo inaudito da Igreja, comparável a uma ressurreição.


Nesse tempo, e mesmo nos prelúdios da crise suprema, ela verá os restos das nações se converterem. Mas sua mais viva consolação será a volta dos judeus.


Os judeus se converterão, seja antes, seja durante o triunfo da Igreja; e São Paulo, que anuncia esse grande acontecimento, não se contém de alegria ao contemplar o que se seguirá.


Vê-se como as palavras do salmo podem se aplicar à Igreja: Seguindo a multidão de aflições que encheram meu coração, vossas consolações, Senhor, alegraram minha alma.