sexta-feira, 2 de outubro de 2009

MÃE QUE CURA, MÃE QUE SALVA

Alexis Carrel

FAMOSO MÉDICO, CIRURGIÃO E BIÓLOGO FRANCÊS, LAUREADO COM O PREMIO NOBEL DE MEDICINA EM 1913. QUE SE CONVERTEU AO CATOLICISMO AO PRESENCIAR EM LOURDES O MILAGRE QUE ORA NARRAMOS


Um dos protagonistas do milagre que vamos narrar é o eminente médico-cirurgião francês, e grande pesquisador no campo da biologia, Aléxis Carrel. Ele foi laureado com o premio Nobel de 1913. Ele era um homem sem Fé.

Herdara de sua família a Fé Católica, mas os estudos feitos em ambiente positivista o haviam feito tornar-se um agnóstico. Somente aceitava o experimental como certo.

Mas, apesar disso, Carrel é um homem reto e que não quer trair a Verdade. Ele ouve falar dos milagres de Lourdes e diz: “A cura repentina de uma moléstia orgânica, a reconstituição de uma perna quebrada, a cura instantânea de uma luxação congênita, o desaparecimento de um câncer, se tudo isso fosse constatado… levaria a aceitar a interferência de um Poder Sobrenatural”.

É com esta disposição de reverência à Verdade, que Carrel parte de Lyon – onde visava uma cadeira na Faculdade de Medicina substituindo um médico que, na última hora se vê impedido de acompanhar uma peregrinação lionesa a Lourdes, prestando seus serviços clínicos aos doentes. Vai em lugar do colega, curioso por verificar, nessa oportunidade que se lhe oferece risonha, o que há de sério em tudo o que se propala da famosa cidade das aparições de Nossa Senhora.
Sob sua responsabilidade viajam trezentos enfermos, entre os quais está Maria Bailly, jovem de vinte e dois anos, que precisou, logo na partida do trem, do seu socorro. Seu estado é grave.

Em Lourdes, a padecente é internada no hospital de Nossa Senhora das Dores, sala da Imaculada Conceição, reservada aos enfermos de maior gravidade. Por causa de uma piora, acode-a o Dr. Carrel que, depois de examiná-la demoradamente, diagnostica: “É uma peritonite tuberculosa no seu último período… pode viver alguns dias ainda, mas está perdida”.

Trava-se então ligeiro diálogo entre a enfermeira e Carrel em que transparece o estado crítico da paciente.

A enfermeira pergunta:

“Dr. podemos levá-la às piscinas? Ela disse-me que fazia questão de ser banhada, pois para isso é que tinha vindo”.

Antes de responder Carrel pede a opinião de um colega de Bordéus.

“É a agonia. Ela pode morrer no caminho”.

Insiste a enfermeira:

“Essa jovem não tem mais nada a perder. Seria cruel recusar-lhe a suprema felicidade de ser conduzida à Gruta”.

“Pois bem, afirma Carrel, vou acompanhá-la”.

E voltando-se para os colegas presentes:

“Vamos tentar o impossível prodígio: a ressurreição de uma morta. O dilema é formal: a morte ou o milagre. Se esta se curar, creio no milagre”.

Tamanha é a certeza que tem Carrel da morte iminente de sua cliente e de que por conseguinte, força nenhuma é capaz de salvá-la!

Mas quando a desenganada entra na piscina, a compaixão de Carrel, sentado defronte da piscina das mulheres, é tanta que, sem embargo, arranca do fundo de sua alma esta prece emocionante:

“Ó Virgem Maria, se não és um mito criado pelos nossos cérebros, curai essa jovem que, realmente sofreu demais, e fazei que, reencontrando-a viva na saída da piscina, eu possa crer”.

Imergir a moribunda na água não é possível às enfermeiras que por esta razão contentam-se em aplicar-lhe algumas loções que provocam dores atrozes. Da piscina levam-na para a Gruta. Carrel diz às enfermeiras:

“Se precisarem de mim, estarei lá”.

De fato, mais alguns instantes e Carrel chega à Gruta onde estava seu colega de Bórdeus. Depois de fitar demoradamente aquela que ambos julgavam agonizante, Carrel fala para o colega:

“Veja nossa doente, não lhe parece que está melhorando?”

“Quase nada… se é que não está morta”. “Todavia”, observa Carrel, “as pulsações baixaram e a respiração também”.

“Sem dúvida, é o fim” – observa o médico de Bórdeus.

Carrel, porém, não sai de perto da infeliz.

Fica observando-a sem saber se sairá dali com vida. Mas, poucos momentos depois, surgem transformações físicas surpreendentes: o ventre abaulado baixa, indício de desaparecimento de tumefação, o coração retoma a regularidade de seu ritmo, as orelhas, as mãos e o nariz apresentam sinais de calor. Não é a vida que torna contra todas as desesperanças? Num dado momento, Carrel interroga a cliente:

Como se sente?”

“Muito bem. Não muito forte ainda…” e suspirando de felicidade: “sinto que estou curada”.

Carrel assistira ao milagre. Corre ao Gabinete médico para contar o fato ao Dr. Boissarie, Este ao ouvir sua narrativa lhe diz que, em Lourdes, todos os cânceres, as tuberculoses, os tumores desaparecem. E que a “peritonite tuberculosa” não será a primeira.

Fica combinado que no dia seguinte a moça será examinada. Indo ao hospital, à noitinha do mesmo dia, Carrel submete-a a meticuloso exame e constata que não havia nenhum vestígio do mal que a acometera.

Carrel se emociona. Tem a impressão de ter recebido uma pancada na cabeça. Treme. Passam outros médicos por ali e ele diz que ela parece curada e pede que eles a examinem.

Durante o exame ele reflete: “é certo que o seu estado geral era extremamente grave. Ela está curada. E o milagre… O grande milagre… Se verdadeiramente é um milagre, impossível não admitir o Poder Sobrenatural”.

Acabado o exame de seus colegas, Carrel pergunta-lhes se eles haviam achado alguma coisa. E eles respondem que não haviam achado absolutamente nada. Que ela estava curada.

“É uma cura que não se pode explicar por meios naturais”, pondera um dos médicos.
“É um grande milagre”, reforça um médico italiano aparecido em pleno exame.
Daí em diante, Aléxis Carrel não será mais o mesmo; acredita em Deus. Acredita na Santíssima Virgem, e também acredita no Sobrenatural. Para ele, a Virgem deixou de ser um mito criado pela credulidade popular. Quando perguntam a ele qual a causa do milagre, ele responde sem pestanejar que é a Virgem Maria que age diretamente, por um fenômeno sobrenatural. E ele vê a acção d’Ela também na obra de Lourdes, ele vê que Ela age ao ser invocado o Seu Maternal Auxílio. Quando ele volta para a Faculdade de Lyon, começam a perguntar-lhe acerca da moça.

“Que é feito de sua jovem enferma?”. “Está curada”.

“Curada??? Como???”

“Subitamente. Completamente curada. Acabo de constatá-lo”.

“Que aconteceu?”

Lourdes”.
E diante dos risos que os médicos incrédulos davam, ele diz que quando se haviam esgotado todos os recursos humanos, buscou-se o auxílio de Nossa Senhora. Não lhe deixam terminar e dizem a ele que com suas novas idéias não haveria lugar para ele na Faculdade.

Que resta a Carrel? Ele vai para os Estados Unidos e adquire notoriedade mundial com suas pesquisas sobre sutura dos vasos sanguíneos, ganhando o Prêmio Nobel de medicina de 1913.

Ao morrer em novembro de 1944, reconfortado pelos Sacramentos da Igreja, ele exclama: “É na hora da morte que se sente o nada de todas as coisas. Conquistei a fama. No mundo, falam de mim e de minhas obras: Mas diante de Deus, não passo de uma criancinha, de uma pobre criança”.

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